Capítulo 55

A noite, como combinamos, fomos jantar em um restaurante fora do hotel, pra dar uma variada. Chegamos lá, pegamos uma mesa grande, sentamos e fizemos nossos pedidos. Enquanto não chegavam, ficamos conversando.

Nadine: Jujuba, tá melhor?

Julya: to sim, obrigada tia

Marcelo: eu cuido bem dela

Amanda: disso nós não temos duvidas, meu filho

Gil: a Julya fala um ‘a’ e ele já sai correndo – rimos

Júnior: isso é amor, pô

Marcelo: isso mesmo cunhado

O jantar foi tranquilo, todo mundo rindo, conversando e ainda teve bolo e parabéns para mim e o Marcelo. O jú ainda tirou foto com algumas pessoas que pediram e nós voltamos pro hotel. Entramos no meu quarto e eu já tirei a sandália.

Clara: tem como você ficar dormindo comigo até o fim da copa? – rimos

Júnior: queria muito – passou os braços pela minha cintura, enquanto os meus foram parar nos seus ombros – mas não posso

Clara: posso conviver com isso, pelo menos por enquanto
júnior: depois da copa, quero você em paris todos os dias comigo

Clara: prometo fazer um esforço pra isso acontecer

Júnior: o que cê acha da gente levar a frente esse anel aqui? – pegou minha mão que estava o anel de noivado

Clara: o que você quer dizer com isso? Casar? Casar de verdade?

Júnior: sim, casar de verdade – ele riu e me deu um selinho – acho que tá na hora

Clara: amor, só estamos juntos a um ano

Júnior: e desde quando tempo importa pra gente? Pedi você em casamento antes de fazermos um ano, me apaixonei por você antes de te beijar, com a gente nada é dentro dos padrões, não acha?

Clara: disso eu tenho certeza

Júnior: então, vamos casar logo. Não quero mais viver longe de você

Clara: eu também não quero mais ficar longe de você, meu amor – nos beijamos e caímos na cama. (...) Depois que rolou, tomamos banho juntos e deitamos. Peguei meu celular e fui vendo as fotos que estavam me marcando.

nadine.goncalves Estou aqui para te desejar felicidades, não só hoje, mas sempre... mas também o amor de Deus sobre sua vida e que você possa confiar seus caminhos somente a Ele. Vc que chegou devagarinho na nossa vida e já foi conquistando todo mundo, hoje é mais uma filha de coração e que eu admiro demais. Saiba que sempre vou te admirar e que estou na torcida para que você seja feliz sempre. Nunca perca a sua essência e não deixe de sorrir, continue sempre sendo esta menina aos olhos de Deus. Viva, sorria e seja incondicionalmente feliz. Obrigada por entrar na nossa família e por fazer o Juninho tão feliz. Feliz aniversário, filha! Amo você ❣️

alwaysnjr amo essa relação de vocês duas

rafaella LINDAAAAAS

claramolina MEU AMOR! Vc é uma mulher incrível e eu tenho tanta sorte em ter você na minha vida. Obrigada por me acolher tão bem e ser uma segunda mãe pra mim e pro Marcelo. Vc me deixou emocionada, te amo muuuuuito

clara: sua mãe é uma linda mesmo

júnior: leu o que ela postou?

Clara: acabei de ler

Júnior: ela é doida por você, afinal, quem conhece você e não gosta?

Clara: ah, tem muita gente

Júnior: me apresenta uma só – rimos

(...) Acordamos no outro dia cedinho, o jú tem que voltar pra concentração, infelizmente. Ainda pedimos o café da manhã no quarto e comemos juntos. Depois que terminamos, tomamos banho juntos, me vesti e fiquei ali sentada na cama vendo o jú pegar as coisas dele.

Clara: não aguento essas despedidas, mesmo que você esteja aqui do lado

Júnior: falta pouco, prometo – segurou meu rosto e me deu vários selinhos

Clara: deixa outra camisa sua, por favor

Júnior: toda vez que eu venho tenho que deixar uma

Clara: cê sabe que eu gosto de dormir com ela

Júnior: pode ser essa? – me mostrou

Clara: pode – ele me entregou e eu cheirei – amo esse seu cheiro

Depois que ele terminou de arrumar tudo, peguei minha bolsa de praia e nós descemos. Fui com ele até a parte que ficam os jogadores concentrados.

Júnior: não faz essa cara de triste que eu não aguento

Clara: é pra você ver que eu to triste mesmo

Júnior: amor, para com isso, meu coração não aguenta – ele segurou meu rosto e me beijou – vai no treino, pra gente se ver um pouquinho

Clara: é claro que eu vou

Júnior: te amo, não esquece

Clara: não esqueço nunca – ele me deu um selinho – te amo

Júnior: te amo – me deu um beijo na testa, mais um selinho e foi.

Fiquei ali olhando, até ele sumir e depois fui indo para a praia aproveitar mais esse dia de sol.

Segunda, 2 de julho 2018 – Samara

Chegamos em Samara pro jogo das quartas. Davizinho chegou, finalmente e agora a equipe de apoio pro jú tá completa. (...) Chegamos no estádio, fomos pros nossos lugares e ficamos esperando a hora do jogo.

Gustavo: to nervosão

Clara: eu também, meu coração tá a mil

Davi: acho que hoje meu pai vai fazer gol, tia clara

Clara: tomara, amor. Vamos torcer pra que ele faça – dei um beijo na testa dele

Jota: vou lá buscar cerveja, vocês querem?

Clara: eu vou com você

Marcelo: também vou

Fomos lá comprar e já pegamos pra todo mundo. Voltamos lá pros nossos lugares e ficamos bebendo enquanto o jogo não começava. O jogo começou e meu coração estava muito acelerado. Mesmo não entendendo muito, dava pra ver que o jogo estava difícil e como sempre, júnior estava sofrendo a maioria das faltas. Primeiro tempo ficou no 0x0 mesmo mas, no começo do segundo tempo, teve gol do júnior e eu pulei tanto, gritei tanto. Acho que nunca comemorei tanto um gol dele. Ele correu pro lado onde nós estávamos e mandou beijo. Ainda teve mais um gol do Firmino e o Brasil ganhou de 2x0 do México. Quartas de final, estamos chegando. No fim do jogo, como um ritual, os jogadores vieram abanar pras famílias. Eu parecia uma criança com o davi, abanando pro jú, mandando beijo. Eles entraram pro vestiário e logo apareceu que ele foi o melhor em campo.

Clara: não aguento de orgulho

Rafa: ele deve estar todo feliz

Clara: vou lá

amandA: vai aonde?

Clara: ver o júnior

Henrique: filha, não tem como

Clara: vou dar um jeito – saí rápido dali e fui indo pra “zona mista” do estádio. Corri e vi o júnior dando entrevista. Cheguei mais perto e fiquei ali babando.

Júnior: ...mas o grupo todo tá de parabéns pelo trabalho – ele me viu – pera aí um pouquinho – me chamou, fui até ele, pulei no seu colo e ele me deu um abraço que me tirou do chão

Clara: parabéns, meu amor. Meu orgulho

Júnior: te amo, muito!

Clara: eu amo muito mas, meu craque – dei vários selinhos nele que me colocou no chão

júnior: esse prêmio é nosso

clara: é seu, todinho seu – segurei seu rosto e dei mais alguns selinhos – te amo

júnior: te amo – ele falou mais um pouco na entrevista e logo encerrou – preciso ir – me deu mais alguns selinhos – te amo

clara: te amo – ele foi

Voltei pra onde estávamos e o pessoal só estava me esperando.

Julya: conseguiu?

Clara: claro que sim

Neymar: você é muito persistente, norinha

Clara: vou até o fim, tio

Fomos embora felizes, cantando as músicas da torcida do brasil e muito confiantes para a próxima fase. (...) Chegamos em Sóchi quando já era madrugada e tudo que eu queria era tomar um banho e dormir. Entrei no meu quarto, tomei banho, escovei os dentes, coloquei a camiseta que o jú me deixou e deitei. Fui dar uma última olhada no meu celular e vi que ele tinha mandado mensagem.

Esquece o que estão falando, amei te ver depois do jogo

Te amo

Obrigado por sempre me dar sorte

      Mas o que estão falando?

      Também te amo, muito!!!!

O jú estava demorando pra responder, já devia estar dormindo. Fui dar uma olhada nesses instragrams de fofoca e vi lá.

“Fifa não aprovou atitude de Clara Molina, ao interromper entrevista de Neymar”

A última coisa que eu quero é prejudicar o júnior. Mas, sei lá, foi por impulso. Ele é meu noivo e ver ele jogando tão bem e tão feliz assim, só me fez querer abraçar e beijar ele. Mas enfim, espero que isso não atrapalhe em nada na relação entre ele e a seleção. Curti algumas fotos no instagram, coloquei meu celular ali do lado e dormi.

Sexta, 6 de julho 2018

Acordamos mais cedo do que o normal, hoje estamos indo embora de Sochi porque, se tudo der certo, o Brasil vai pra semi final e nós vão voltaremos pra cá. Depois que estava com tudo pronto, desci com as minhas malas, pegamos o ônibus e já fomos pro aeroporto. Fiz meu check-in e ficamos esperando até o nosso voo ser anunciado.

Amanda: mas eu vou sentir saudades de Sóchi

Clara: eu também, fiquei apegada na cidade – rimos

(...) Chegamos em Kazan e fomos direto para um hotel, deixar nossas coisas lá e poder comer alguma coisa, também. A Julya falou sobre um restaurante que ela pesquisou então, foi pra lá mesmo que nós fomos. Entramos, pegamos uma mesa e fizemos nossos pedidos. Nossos pratos chegaram e nós fomos comendo enquanto íamos conversando.

Gui: Jujuba, cê tá de parabéns com essas pesquisas

Clara: ela é o próprio google maps, melhor guia turística – rimos

Enquanto almoçávamos, recebi uma mensagem da minha avó. Abri.

Oi filha

Como estão as coisas por aí?

Avisa o Júnior que independente do que acontecer hoje, Deus está com ele

      Oi meu amor, por aqui está tudo ótimo. E por aí?

      Só faltam vocês aqui

      E pode deixar que eu aviso ele sim

      Dá um beijo no vô, amo vocês

Fiquei intrigada com a mensagem dela, mas resolvi não pensar nisso agora. (...) Chegamos no estádio e meu coração estava a mil, dessa vez muito mais.

Carol cabrino: eu to muito nervosa

Clara: eu também, Carolzinha – abracei ela de lado – coração tá saindo pela boca

Carol cabrino: mas vai dar tudo certo, eu sei que vai

Clara: amém!

Fomos pros nossos lugares e ficamos ali naquela expectativa pro começo do jogo. Peguei meu celular e mandei mensagem pro jú.

      Boa sorte, preto!

      Te amo e to sempre aqui por você e pra você

Foi só eu terminar de digitar que os jogadores foram entrando em campo pro aquecimento. O davi sentou no meu colo e nós ficamos conversando sobre os jogadores. Finalmente, os jogadores entraram em campo pra valer. Nós levantamos e ficamos prestando atenção no campo. Na hora do hino, fiquei arrepiada e filmei o estádio todo cantando. O jogo começou e meu nervosismo também. Logo no começo do jogo, gol da Bélgica e pra piorar, foi gol contra. Meu coração parece que despedaçou inteiro. Já fiquei com os olhos marejados mas ainda muito confiante. Fiquei rezando e só pedindo pra que o gol do Brasil acontecesse logo. Mas, o que aconteceu, foi mais um gol da Bélgica. Eu perdi minhas forças e sentei. Já estava chorando e pensando no pior. No segundo tempo, o Brasil conseguiu fazer um gol, finalmente e nós até ficamos com aquela pontinha de esperança, acreditando até mesmo num empate, que levasse o jogo pros pênaltis. Mas isso não aconteceu e quando o juiz apitou o final do jogo, eu fiquei olhando pro gramado sem acreditar. Ver os jogadores do brasil desabando por terem dado o seu máximo e não terem conseguido o objetivo, me deixou mal, acabada. Sentei e fiquei chorando, olhando pro gramado, sem saber o que fazer. Apareceu o júnior chorando no telão e me deixou pior ainda. Senti uma mão no meu ombro, levantei a cabeça e era o davi.

Davi: tá tudo bem, tia clara. Eles vão ficar bem – ele enxugou minhas lágrimas

Clara: obrigada, meu amor – dei um abraço nele – agora a gente precisa dar força pro papai – desfizemos o abraço – promete? – ele assentiu que sim e eu lhe dei um beijo na testa

Saímos do estádio e eu nunca tinha visto a torcida do Brasil tão silenciosa. Pegamos o ônibus e fomos pro nosso hotel. No caminho, o jú me mandou mensagem.

Desculpa por hoje

E obrigado por sempre estar comigo

Tudo que eu preciso agora é do seu abraço

Te amo

     Vc não precisa se desculpar em nada, vc e o time todo fizeram o melhor

     Te amo e vou estar sempre aqui, não importa o que aconteça

Chegamos no hotel e tudo que eu precisava era de um banho e cama, a pressão estava grande demais e eu só queria descansar um pouco. Subi pro andar do meu quarto e a Julya me abraçou.

Julya: qualquer coisa, a gente tá aqui do lado

Clara: obrigada, cucu

Marcelo: pode bater ali, viu

Clara: tá tudo bem

Marcelo: dorme um pouco, tá precisando – me deu um beijo na testa

Entrei no quarto e desabei, chorei tudo que estava segurando pro pessoal não ficar preocupado. Tomei um banho, vesti só a camiseta do jú e deitei. Fui olhando o instagram e curtindo algumas fotos.

claramolina Independente das vitórias e derrotas, eu sempre estarei aqui por você e pra você. Vc nunca me decepciona e tudo nessa vida acontece por um sentido. Levanta a cabeça, quero ver você sorrindo sempre, porque você é assim. Tudo passa, lembra? É só mais uma fase ruim e em 2022 eu estarei aqui de novo, torcendo, comemorando, gritando seu nome e te enchendo de beijos a cada vitória. VOCÊ É MEU ORGULHO, MEU CAMISA 10! Te amo infinito ❤️

rafaella TE AMO

jufaulkner sempre torcendo por você, cucu @neymarjr Levanta a cabeça, que é vida que segue

neymarjr meu amor

neymarjr obrigado por tudo. Não vejo a hora de te encontrar, te amo!

Recebi notificação do jú pelo whatsapp.

Vamos embora comigo amanhã?

Preciso de vc comigo

     Vamos, claro!!!

Conversamos mais um pouco e acertamos que vamos embora amanhã, ele tá precisando voltar pro Brasil e eu já sei um lugar onde ele vai se sentir bem.

(...)

Eu e o jú desembarcamos no Rio, pegamos um carro e fomos direto lá pra casa.

Júnior: pra onde cê vai me levar?

Clara: não vou contar, mas precisamos passar lá em casa pra eu trocar de mala

Júnior: tudo bem – ele pegou minha mão e beijou

Clara: tá melhor? – ele negou com a cabeça, passei a mão no seu rosto e lhe dei um selinho

Chegamos lá em casa e subimos direto pro meu quarto. Já fui tirando as roupas sujas da mala e comecei a arrumar outra. Meu celular começou a tocar, vi que era minha avó, fui lá pra varanda atender.

Clara: oi, vó

Isabel: oi, filha. Vcs vem mesmo?

Clara: sim, chegamos no rio agora a pouco, só estou arrumando minha mala e nós já vamos

Isabel: ótimo. E como ele está?

Clara: tristinho, mas sei que vai melhorar quando chegar aí

Isabel: vai mesmo. Estamos esperando vocês. Beijo, até mais tarde

Clara: beijo, até mais – desliguei

Júnior: tava falando com quem? – me abraçou por trás e me deu um beijo no pescoço

Clara: não posso contar – virei pra ele

Júnior: vai ficar de mistério?

Clara: sim, mas é por uma boa causa – dei um selinho nele – agora eu vou terminar de arrumar minhas coisas

Depois de tudo finalmente pronto, descemos pra garagem, colocamos as malas no porta-malas, entramos, liguei o rádio e dei partida. O jú foi quietinho o caminho todo, muitas vezes vi ele olhando pra janela, pro nada, sem falar nada e ver ele assim corta meu coração. Eu sei e li muitas coisas que estão falando sobre ele, esse é um dos motivos pra eu querer tirar ele de toda essa negatividade.

Clara: amor...

Júnior: que foi? – me olhou

Clara: tá tudo bem? – ele assentiu que sim mas eu sabia que não estava

Finalmente, chegamos em Paraty. Acho que o jú reconheceu o lugar, me olhou e sorriu.

Júnior: desconfiava um pouco – pegou a minha mão e beijou

Cheguei na frente da casa dos meus avós, que é linda. Estacione e nós saímos do carro. Pegamos nossas malas e eu apertei a campainha. Quem nos recebeu , foi meu avô.

Carlos: estávamos esperando por vocês – nos abraçou

Clara: que saudade

Carlos: muita, minha filha – me deu um beijo na testa – e você? Já sei o motivo dessa cara triste – colocou a mão no ombro do jú – mas aqui não tem lugar pra tristeza

Júnior: prometo que vou ficar bem

Fomos entrando e minha vó apareceu.

Isabel: ah, tão feliz que vocês chegaram – me abraçou e depois ficou abraçada no jú, falando alguma coisa no ouvido dele e, quando desfizeram o abraço, ele estava enxugando as lágrimas – vai passar, tá bom? – segurou a mão dele que assentiu que sim – clarinha, seu quarto ainda é no mesmo lugar, subam pra largar as coisas. Almoço tá na mesa

Clara: pode deixar - Eu e o jú subimos e entramos no meu quarto – o que minha vó falou pra você?

Júnior: segredo nosso

Clara: isso não vale, amor

Júnior: vale sim – me deu um selinho – vamos descer, cheirinho tá bom

Clara: vamos – ele pegou minha mão e nós descemos

Entramos na cozinha onde o cheiro estava melhor ainda, sentamos e minha vó pediu pra fazer uma oração. Depois que ela orou, nós começamos a comer. Depois que almoçamos, ajude minha vó com a louça, enquanto meu avô foi mostrar alguma coisa lá no quintal pro jú. Depois, fomos até lá onde eles estavam. Os dois estavam conversa, tranquilos, enquanto meu avô mostrava tudo ali pra ele. Fomos até eles, o jú me abraçou de lado e me deu um beijo na testa.

Carlos: olha que casal lindo

Isabel: são lindos mesmo

Júnior: agora basta ela querer casar comigo

Clara: eu já falei que caso

Carlos: então vamos organizar isso logo, aninha

Clara: a vô, calma – rimos

Meus avós entraram deixando só nós dois ali fora. Deitamos na rede e eu fiquei abraçada nele.

Júnior: aqui é muito lindo

Clara: sim, melhor lugar pra você esquecer tudo isso de ruim

Júnior: te amo

Clara: também te amo – dei um selinho nele. Ficamos em silêncio e quando olhei pro jú, ele estava chorando – amor, o que foi?

Júnior: tudo isso que aconteceu, ainda tá difícil

Clara: eu sei que é difícil pra você, mas eu detesto ver você assim. Eu quero ver você bem, fico tentando achar um jeito de te animar e me sinto mal vendo você assim

Júnior: tá tudo bem, você já está fazendo muito por mim – me beijou

Ficamos mais um pouco ali na rede e entramos. O jú ficou com meu avô e eu fui no mercado com a minha avó. Quando voltamos, o júnior estava sozinho na sala, assistindo um programa esportivo que estava falando mal dele. Peguei o controle e desliguei a tv.

Clara: você não precisa ver esse tipo de coisa

Isabel: vem, fica aqui com a gente

Clara: vem – peguei a mão dele, fomos pra cozinha e, enquanto minha vó fazia bolo, ficamos ouvindo as histórias dela.

·         Julya on

Voltamos da Rússia tristes pela eliminação e eu preocupada com o que tinha acontecido com o meu estômago de uma hora para outro. Ontem mesmo em Kazan, passei mal com a comida do estádio, mas como a Carol Cabrino e a Belle, mulher do Thiago Silva, estavam reclamando também percebi que o problema não era só comigo. Assim que chegamos, Clara foi para Paraty com o Junior porque o tanto de maldade que estavam falando dele, deixava o menino mais triste e é bom nesse momento que ele esqueça do mundo. Como chegamos de manhã, dormi um pouco só e já fui direto para o trabalho passando a tarde toda lá e depois fui para o pilates. Na última aula, perto de acabar, avisto João Marcelo entrando com um buquê de flores nas mãos e a recepcionista até ri da minha vergonha. As duas senhoras, minhas pacientes, ficaram falando sobre como o Marcelo é charmoso e, no fim, depois da massagem eu fui recebê-lo.

Julya: você é louco - seguro o buquê com uma mão e a outra seguro na sua nuca iniciando um beijo rápido - te amo

Marcelo: também te amo

Xxx: olha, - dona Socorro chama atenção - você é uma gracinha viu? - aperta a bochecha dele e eu rio - cuida bem dessa moça

Marcelo: vou cuidar sim, pode deixar

Julya: você me espera aqui?

Marcelo: espero, amor

Vou tomar um banho e trocar de roupa, passo perfume e ao sair a clínica já está fechando.

Marcelo: pensei da gente jantar fora, o que cê acha?

Julya: por mim, sem problemas.

Marcelo: combinei com o Tadeu que ele disse que vai apresentar a nova namorada

Julya: estão se arranjando - entramos no carro, guardo tudo e Marcelo dá a partida - como tá o Junior?

Marcelo: clara disse que ele tá com o olhar longe, que de vez em quando chora, e fica vendo o que andam falando dele pelo celular

Julya: acho um absurdo o que andam falando dele. Eu o conheci tem pouco tempo, claro, mas o que falam parece que o menino tem que ser perfeito

Marcelo: as pessoas só sabem cobrar dele né amor - estaciona em frente ao restaurante, descemos e logo o Tadeu acena com uma loira ao lado - fala, filho da puta

Julya: amor!

Tadeu: oi, ju - se levanta e dá um beijo na minha bochecha - essa daqui é Lídia, Lidia, esses são Marcelo e Julya

Lídia: eu lembro de você, Marcelo

Marcelo: de onde?

Lídia: ah, nós ficamos... - Tadeu a corta

Tadeu: vamos pedir?

O jantar foi tão descontável que eu passei mal de novo. Até quando? Fomos para a casa do Marcelo calados o caminho inteiro, coloco a mão na barriga, respirando fundo e lembrando da voz enjoada da namorada do Tadeu falando do Marcelo, eu sei bem que eles tiverem alguma coisa, e isso faz com que eu desvie o olhar assim que meu namorado põe a mão sobre a minha coxa e segue dirigindo. Entramos na sua casa, cumprimento rápido meus sogros e subo para o quarto do Marcelo despejando todo o jantar. Meu Deus, o que eu tenho? Saio do banheiro depois de lavar meu rosto e me ajeitar. Meu sogro tá sentado na cama me olhando como quem diz "vamos conversar sério".

Julya: oi tio, eu já vou descer

Henrique: filha, eu pedi para conversar com você

Julya: conversar comigo?

Henrique: eu sei o que você tem

Julya: ah, deve ser a comida lá da Rússia que agora meu estômago resolveu atacar e eu ando nervosa com umas coisas - vou falando gesticulando - e você sabe que gastrite nervosa ataca

Henrique: eu sei que você está nervosa com algumas coisas, mas eu tenho certeza que isso não é gastrite nervosa

Julya: como não?

Henrique: do mesmo jeito que há vinte e seis anos atrás a Amanda passou por tudo, eu vejo que hoje você está passando - não entendo onde ele quer chegar com isso - curiosamente, estávamos em uma viagem quando a Amanda passou a reclama de dores nas costas, sensibilidade nos seios, enjoos e quando vimos ela estava grávida da Clara e do Marcelo

Julya: você acha que eu estou grávida? Não, tio, eu e o Marcelo sempre nos protegemos

Henrique: faz um exame nem que seja só para ver o que você tem mesmo

Julya: eu fiquei preocupada agora

Henrique: olha, faz um exame de sangue porque eu posso estar errado  e seja realmente gastrite, mas eu realmente desconfio que eu vou ser vovô

Ai meu Deus! Será? Descemos, Marcelo pediu desculpa pela Lídia, o beijo rápido e na conversa com os meus sogros eu só fico pensando nas palavras do meu sogro.

* Julya off